Como me sinto velha, como já era velha, aquela menina bem comportada na escola, séria, enredada nas malhas da cultura e da aprendizagem, moldada pela família, raça, classe e, ainda, pela escola! Esta sempre me prometeu um bom futuro, se continuasse a estudar com afinco. Lá segui as recomendações, tendo conseguido concretizar o grande sonho da minha vida.
Sendo já supostamente madura, como me deixei dominar e, ainda deixo, pelas efémeras paixões (muito poucas) que me animaram, durante curtos períodos de tempo? Sinto quase vontade de voltar a reviver, de voltar a ceder a impulsos semelhantes que me desiludiram.. Não entendo porque não os consigo enterrar no báu das recordações...
Porque é que, no campo das paixões que vivi, não reflecti e cedi ao primeiro impulso, algo que não faço nas restantes áreas da minha vida?
Até na amizade, que considero ser a mais bela forma de amor, sempre me rodeei e tento rodear de pessoas que conquistaram a minha confiança e dedicação… não tendo sido, nunca, de rompante!
Porque é que não existe concordância nas minhas acções no amor/paixão? Coloco estas duas palavras, talvez porque acho que só me apaixonei e nunca senti o outro, como objecto de amor, mas de desejo, desejo de presença, de companheirismo…
Eu quero mudar isso em mim, quero afirmar-me e conhecer o outro com o tempo e não ceder ao impulso em iniciar algo, sem fundações… Porque eu quero realmente conhecer ainda tantas pessoas…
Uma vez li que “Não há gente que não sabe o que quer, o que há, é gente que não sabe querer”…Essa talvez seja uma das minhas limitações, é não saber querer nas relações amorosas e contentar-me com o que não me estimulou a mostrar-me e a dar-me incondicionalmente, como o faço com os amigos, família e trabalho!..